Conviver com alguém que já não tem tanta vida

Conviver com alguém que já não tem tanta vida, desperta tanto em nós...
Desperta o pior lado, mas também pode despertar um lado bom que não imaginávamos que existia. Um lado de coragem, de força, de compaixão, de sabedoria.

Conviver com alguém que já não tem tanta vida faz a gente se pegar pensando:

Eu te amo imensamente, mas te deixo ir... Eu preciso aprender a te deixar ir...
Eu te queria para sempre, mas só se não houvesse sofrimento...
Eu queria que você ficasse, se recuperasse, passasse por um milagre, mas sei que não é certo. Se eu pensar assim, ou te verbalizar, posso te prender aqui, te deixar na insegurança de partir... E te prender aqui é te prender no sofrimento. Não é justo!
Eu estou triste, mas faço questão de manter nossos momentos o mais repleto possível de leveza e alegria, porque você merece um fim assim...
Tenho muito medo do dia em que você se for e de todos os dias após a sua partida. Mas me assusta ainda mais te ver assim, frágil, com limitações...
Penso com frequência que você não merecia passar por isso. Mas será que não precisávamos? Para nos unirmos mais? Para termos tempo de nos despedirmos? Para irmos entendendo que está acabando?

Você foi incrível na minha vida. Na saúde, completou minha história de vida, e, no momento da doença, me ensinou tanto! Me mostrou um lado em mim que eu não sabia que existia... Vá em paz, com essa tranquilidade!